Na manhã desta terça-feira, 19 de setembro, um jovem de 24 anos de idade, que respondia pelo nome de João Soma, morreu na porta do Hospital Américo Boavida, em Luanda, após os seguranças e maqueiros terem negado o atendimento, por alegações de que o hospital só estava a receber pacientes transferidos de outras unidades sanitárias. Em entrevista ao “Novo Jornal”, a mãe do jovem contou que o seu filho apenas começou a fazer febres e pediu socorro aos vizinhos, mas acabou por vê-lo morrendo à porta do hospital, sendo que, só depois disso, os médicos em serviço deslocaram-se à porta e ordenaram a remoção do corpo para à morgue, facto que veio a acontecer apenas com a presença do Serviço de Investigação Criminal (SIC).
Um dos responsáveis do hospital, que preferiu anonimato, assegurou que há uma limitação no atendimento dos pacientes devido às obras de reabilitação e ampliação daquela unidade hospitalar, que atende, actualmente, apenas os pacientes com poli traumatismo, isto é, (pacientes com ferimentos graves de acidentes, pacientes que estejam na iminência de serem operados e àqueles que tenham sofrido queimaduras). O mesmo referiu ainda que houve uma falha de comunicação, porque “não devem ser os seguranças nem os maqueiros a rejeitar ou aceitar pacientes, ou ainda enviá-los para outros hospitais; devem ser os médicos a fazerem isso, mas só depois do paciente ser assistido antes”, rematou.
A Direcção do Hospital Américo Boa Vida também já se pronunciou sobre o assunto e admitiu Negligência médica, tendo o director da unidade hospitalar, Mário Fernandes, revelado que foi aberto um inquérito para prosseguimento deste caso.